Na passada sexta-feira dia 11 de Outubro de 2013 nas instalações da Development Workshop esteve presente o senhor Cláudio da Silva, que faz parte da equipa de colaboradores da DW, apresentando o tema Noções de Inclusão financeira de forma profissional. O objetivo da mesma foi para que todos os participantes tivessem uma breve noção daquilo que e a inclusão financeira numa análise crítica do panorama financeiro de Angola, suas referências suscintas das características demográficas do território e por fim tirassem as suas conclusões seguidas de questões para reflexão e debate.
Quando estamos a falar de inclusão financeira associamos o tema a prestações de serviços financeiros a um custo acessível por grupos de renda menos favorecidos e baixos onde o acesso da população a serviços financeiros básicos inclui instrumentos de pagamento seguros eficientes independentes do seu rendimento e da sua localização geográfica. Existem dois pilares de inclusão financeira: a procura e a oferta.
A procura corresponde a capacitação e motivação dos potenciais utilizadores dos serviços, dependendo da criação de condições adequadas por parte das instituições públicas. A oferta consubstancia-se em instituições financeiras, públicas ou privadas, especializadas ou não em atividades de microfinancas. Um dos meios de difusão da IF e literacia financeira que deve de ser justa e adequada para que se possa efetivar um verdadeiro acesso da estratégia. O tema da apresentação foi retirado de uma pesquisa cuja metodologia de estudo baseia-se na revisão da literatura no âmbito da procura e a na análise da performance da oferta (instituições financeiras).
Fez-se algumas observações macroeconómicas referindo-se a discrepância de receitas do sector petrolífero em comparação com outros sectores da economia em Angola. Constatou-se que 50% do PIB Angolano provem do sector de petrolífero. Numa visão nacional pelo sector financeiro angolano concluiu-se que:
- A Supremacia dos bancos no sistema financeiro e enorme o que representa 99% do total dos activos controlados pelo sector, segundo o qual os bancos estrangeiros representam cerca de metade do capital social, empréstimos, depósitos e ativos
- Os Bancos estrangeiros contam com 50% do capital social e indicadores financeiros
- Os créditos ao sector privado evoluíram de 5% em 2003 para 22% em 2011 (% sobre o pib)
- Nos seguros, Angola e a 6ª maior de africa provem de receitas de 76.1 bilhões de kuanzas
- Os mercados capitais ainda encontram-se em fase embrionária
Visualizando o sector económico e geográfico, as taxas de penetração bancaria em Angola denotam uma clara discrepância regional entre os polos urbanizados e os polos rurais, em relação a presença da oferta financeira em Angola. Em suma, destacou-se alguns desafios que o executivo angolano juntamente com sector financeiro devem traçar como por exemplo:
- Lutar contra a taxa elevada de analfabetismo do pais, principalmente nas zonas rurais
- O reforçar da transparência de finanças públicas e outros instrumentos
- Criação de uma estrutura de apoio aos sectores não petrolíferos e MPM empresas
- Aumentar com a taxa de penetração tecnológica (internet e telemóveis)
- Criar mercados de capitais
- Incentivar em esquemas de poupança, créditos formais, e regimes de pensões
Através do estudo feito em torno da inclusão financeira em angola, chegou-se a estimativas positivas em relação as oportunidades de emprego e o forte potencial que a economia angolana poderá alcançar nos próximos anos da seguinte forma:
- A população e jovem (50% da população tem ate 25 anos)
- O PIB angolano e suficientemente alto para o investimento na educação sem destabilizar a economia (WB, 2013).
- 70% Da população labora no sector informal (potencial para a inclusão)
- Vontade do executivo na estratégia de inclusão financeira
- Diminuição do fardo da burocracia institucional em progresso no sentido de facilitar o eixo não petrolífero
Parte 1 – 11 de Outubro de 2013
Parte 2 – 30 de Outubro de 2012
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Educação Financeira em Angola, um projecto do Banco Nacional de Angola (BNA)