O economista Sénior do Banco Mundial, Ricardo Gazel, que falava, recentemente, na capital, no acto da apresentação preliminar dos resultados da economia angolana até 2013, considerou que houve um crescimento nos últimos tempos, mas não foi inclusivo em termos de gerar empregos e proporcionar boa qualidade de vida aos angolanos.
Ricardo Gazel acrescentou que, o importante é que nota-se um aumento no acesso aos serviços públicos e há um impacto indirecto que possibilita a redução da pobreza. ” Os índices de pobreza reduziram e alguns indicadores sociais melhoraram mas não tanto quanto a população, o governo e o Banco Mundial desejariam”.
O economista continuou que, é necessário que o executivo angolano faça mais esforços no sentido de reduzir à pobreza, sobretudo na criação de ambiente de negócio e outros visando a diversificação da economia para sectores que possam aumentar o emprego e melhorar as condições de vida das populações. Neste sentido, de acordo com o responsável, o Banco Mundial está disponível em trabalhar com o executivo na implementação de estratégias para a redução da pobreza no país.
Ricardo Gazel disse ainda que, este ano (2011) 0 Banco Mundial está a desenvolver com o governo angolano, uma nova estratégia de engajamento por entender que o executivo está a dar sinais com vista a redução que o executivo deve trabalhar mais.
O Banco Mundial, de acordo com o seu representante em Angola, entende que a redução da pobreza inclui uma série de medidas que vão desde o investimento noutros sectores, aumento da capacidade institucional do Estado para melhor servir a população, passa pelo crédito ao sector agrário, especialmente para pequenos produtores, enfim, uma série de programas que no final o objectivo é a redução da pobreza.
Referindo-se a subida do preço do petróleo que chegou a custar mais de 100 dólares o barril, na primeira semana deste mês, Ricardo Gazel pensa que esta subida em nada vai ajudar a retoma da economia mundial afectada pela crise. Para ele, cada vez que o petróleo sobe no mercado internacional, Angola se beneficia porque exporta muito petróleo, no entanto, notou que” a subida recente resulta das tensões na Tunísia, Egipto e outros países, por isso, não são preços que se vão manter-se.
Estes preços, de acordo com a fonte, baixarão a medida que a situação nos países referenciados forem se estabilizando. Sublinhou que a OPEP (organização mundial dos países exportadores de petróleo) não está interessada que o preço do barril suba a 100 USD.
” A subida do preço do barril de petróleo cria outros problemas económicos para economia mundial que ainda não está estabilizada”explicou.
Relação Angola e FMI
O quadro Sénior do Banco Mundial respondeu também algumas questões relacionadas com o acordo Stand by entre Angola e o FMI. Em sua opinião, o Fundo Monetário Internacional (FMI) não impõe restrições ao país para concessão de crédito, o que acontece segundo disse, discute com o governo angolano um programa de política económica, que em geral o governo propõe, para se continuar a estabilizar a macroeconomia que foi conquistada por Angola.
Neste sentido, disse acreditar que o programa qualquer o governo angolano desenvolve dentro do acordo Stand by com o FMI, é um programa bastante sólido e que aponta para o bom desenvolvimento da economia em 2011.
Segundo Ricardo Ganzel, a economia angolana tem se diversificado mas ainda tem uma forte dependência do petróleo, pelo facto, voltou a realçar que é preciso aumentar a produção noutros sectores para reduzir esta dependência e, consequentemente, gerar empregos.
De recordar que no âmbito do acordo Stand by, o Fundo Monetário Internacional notou progressos significativos registados por Angola. Por isso, há cerca de duas semanas na sequência da quarta avaliação efectuada pelo FMI, foram desembolsados mais 187, 2 milhões, no âmbito dos 1,4mil milhões previstos no referido acordo celebrado entre Angola e o FMI em Novembro de 2009.
Com este desembolso, o valor que Angola já recebeu a 1 07 mil lilhoes de doláres.