o Este artigo aborda a inserção das construtoras brasileiras em Angola sob o contexto da economia política angolana. O presente trabalho baseia-se na experiência da Odebrecht, conglomerado brasileiro de construção com a presença
mais relevante no país africano. A pesquisa busca compreender (a) as dinâmicas interativas entre a esfera pública e a esfera privada que caracterizam a economia política angolana e (b) de que modo tais dinâmicas moldam a inserção de corporações transnacionais no país – em especial a inserção das construtoras brasileiras. A partir de uma estrutura teórica que articula abordagens da Economia
Política Internacional (EPI) (UNDERHILL, 2000; 2001; 2003; STRANGE, 1988) e a concepção de políticas do ventre relativamente ao estado pós-colonial africano (BAYART, 2009; 1991), é possível apreender a permeabilidade entre público e privado que caracteriza a gênese da economia política angolana e que permite a manutenção do status quo por parte do partido governante. Tal conjuntura dita
as simbióticas relações estado-empresa no país e, por conseguinte, molda o modus operandi das construtoras brasileiras em Angola.