Maria Alice Correia, arquitecta do Instituto de Planeamento Urbano da Provincia de Luanda (IPIGUL), esteve na passada sexta feira dia 18 de outubro, em nossas instalações da Development Workshop apresentando o tema: O “património” do movimento moderno em Luanda (1950-1975), este que foi a sua dissertação para a obtenção do título de mestre em Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo na República Federativa do Brasil.
Dissertação, O “património” do movimento moderno Luanda (1950-1975) por
Maria Alice Correia. Para apresentação na Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo para Obtenção do título de
Mestre em Arquitetura e Urbanismo. Area de concentração: História e
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo.
Este estudo consistiu na verificação e escolha:
- 1- Tema
- 2- Objecto
- 3- Problema
- 4- Hipotese
- 5- Palavras-chave
- 6- Objectivos
O foco da pesquisa centralizou-se nos objetivos que foram gerais e específicos. Os gerais baseavam-se no questionamento da existência ou não de patrimónios urbanos em Luanda. Os específicos baseavam-se no questionamento da existência ou não de patrimónios em Luanda que podem ser considerados ou tombados, e que caminho devera ser seguido para a valorização do mesmo.
O Trabalho foi subdividido em 5 capítulos:
- Capitulo 1 – As condicionantes históricas para o desenvolvimento da arquitetura e do urbanismo na cidade de Luanda
- Capitulo 2 – A evolução urbana de Luanda, Urbanismo e Arquitetura
- Capitulo 3 – Movimento moderno na cidade de Luanda
- Capitulo 4 – O património tombado e o património do movimento moderno
- Capitulo 5 – Fernão Lopes Simões de Carvalho, biografia, urbanismo e arquitetura
Fez-se uma análise introdutiva caracterizando os grupos étnicos em Angola e logo a seguir a desenvoltura da história do Urbanismo e da Arquitectura em Angola onde analisou-se os mapas e o planeamento urbanístico, a importância dos meios de transporte como: caminhos-de-ferro, o porto de luanda, aeroportos, etc. Do ponto de vista estrutural a arquiteta frisou de várias ramificações dentro da própria arquitetura que são: arquitetura militar, religiosa, civil, e de transição de (1910-1950), onde destacou-se o prédio da direção provincial da saúde. Logo a seguir associa-se o Urbanismo do Movimento Moderno (1950-1975) onde também foi verificado e constam no estudo a existência de vários mapas, planeamentos urbanisticos e gráficos correspondentes ao crescimento populacional em relação a produção agrícola, e o crescimento populacional em relação ao aumento de meios de transporte e a produção de cimento associada a quantidade de zonas urbanas que poderiam ser construídas como as que já tinham sido feitas. Destacou-se nesta época de (1950-1975) a obra do Mercado do Kinaxixe, etc.
Esteve em especial realce o património de Luanda onde verificamos inúmeras obras e construções brilhantes e muito excitantes ao longo da nossa cidade algumas já não existem, mas podemos rever as suas imagens em artigos antigos, outras encontram-se em estado de degradação e sem conservação.
Concluiu-se que o urbanismo e a arquitetura da cidade de Luanda tem fortes semelhanças com:
- 1575/1910 – As cidades edificadas pelos portugueses sob as ideologias renascentistas utilizadas por estes na fundação de cidades entre o final do séc. XV e o séc. XVI
- 1910/1950 – A arquitetura eclética italiana e francesa
- 1950/1975 – A arquitetura do movimento moderno praticado pelo Arq. Le corbusier, trazida para angola pelo Arq. Vasco vieira da costa, e o Arq. Fernão Lopes Simões de Carvalho
Em suma verificou-se que a mesma luanda em termos de construções de ontem não e a mesma cidade nos dias de hoje mas ainda existe uma coligação entre as construções antigas clássicas com as modernas embora exista uma grande diferença entre as obras do agora e as obras do ontem, mas mesmo assim o que foi feito outrora não se apagou tanto em registros como na memoria de todos angolanos pois ai foi o começo da nova era que impulsionou um grande crescimento na arquitetura em geral.