O debate focou nas políticas públicas voltadas para o empreendedorismo juvenil em Angola, destacando a heterogeneidade da juventude e os desafios enfrentados, como o desemprego e a precariedade do trabalho. O doutor Rafael Aguiar enfatizou a necessidade de políticas que considerem as realidades dos jovens, que muitas vezes são excluídos dos programas de fomento. A pesquisa apresentada revelou que a maioria dos jovens não tem conhecimento sobre as oportunidades disponíveis e enfrenta barreiras como burocracia excessiva e falta de capital social. A discussão também abordou a importância de incluir a voz dos jovens na elaboração de políticas, que muitas vezes favorecem grupos privilegiados.
JUSTIÇA CLIMÁTICA HOJE E FOCO NA MIGRAÇÃO CLIMÁTICA
O espaço Debate à Sexta-Feira teve a honra de convidar o Dr. Michel Gelobter, Diretor Executivo inaugural do Centro Yale para a Justiça Ambiental e um conselheiro sénior na Google X. A sua carreira é diversificada, abrangendo os setores privado, público, governamental e sem fins lucrativos, com um foco central na inovação, alterações climáticas, energia e justiça social.
A sua abordagem centrou-se sobre as questões mais importantes da justiça climática hoje, com foco particular na migração climática e em Angola.
Mercado habitacional em Angola: desafios e oportunidades
O debate abordou a situação do mercado habitacional de arrendamento em Angola, destacando os desafios enfrentados pela população, como a alta porcentagem de angolanos vivendo em condições inadequadas e a dificuldade de acesso à casa própria, especialmente para os jovens. O doutor Augusto Fernando apresentou dados que mostram que 44% da população vive em condições precárias e que a maioria prioriza a alimentação em detrimento da habitação, devido a rendimentos baixos. O mercado de arrendamento informal foi identificado como uma alternativa para os jovens, que enfrentam dificuldades financeiras.
Durante o debate, foi discutido que a maior parte da população angolana reside em áreas rurais, onde a maioria possui casa própria, enquanto nas áreas urbanas a informalidade no arrendamento é alta. A falta de regulamentação e a preferência dos investidores por títulos do tesouro em vez de imóveis foram mencionadas como barreiras ao desenvolvimento do mercado de arrendamento. A necessidade de implementar regulamentos que limitem os valores de aluguel e atendam famílias de baixa renda foi enfatizada, embora houvesse preocupações sobre o impacto disso na atratividade do mercado para investidores.
Curso de Formação de Alfabetizadores – Escola Primária 108, Fútila | Cabinda
Realizou-se, entre os dias 21 e 29 de abril de 2025, o Curso de Formação de Alfabetizadores na Escola Primária n.º 108, localizada na região de Fútila, Cabinda. A atividade foi promovida em parceria com a Secretaria Provincial da Educação de Cabinda, no âmbito do Projeto de Alfabetização de Mulheres da Comuna de Malembo, uma iniciativa implementada pela DW-Angola e financiada pelo Programa Social da Refinaria de Cabinda.
Durante a formação, sete alfabetizadores comunitários foram capacitados com metodologias e ferramentas pedagógicas que lhes permitirão conduzir, ao longo dos próximos 12 meses, processos de alfabetização com cerca de 130 mulheres provenientes de 17 aldeias da comuna de Malembo.
Esta ação representa um passo importante no combate ao analfabetismo feminino na região e reforça o compromisso conjunto entre as instituições envolvidas para a promoção da educação inclusiva e o empoderamento das comunidades locais.
Perspectivas Da Juventude Sobre Justiça Climática E Direito A Cidade
A discussão abordou a perspectiva da juventude sobre o direito à cidade, com foco em temas como justiça climática e cidadania. Paulino Chitumba, ativista e fundador da Associação Mudar Viana, apresentou suas reflexões sobre a importância da participação ativa da juventude na luta por direitos urbanos. Após sua apresentação, os participantes foram incentivados a interagir e fazer perguntas, promovendo um ambiente de diálogo aberto.
A reunião também discutiu a deterioração ambiental em várias cidades, com relatos sobre a construção inadequada de aterros sanitários e a falta de resposta do governo às preocupações da comunidade. Um participante da sala de conferências propôs a formação de líderes comunitários para influenciar o Estado e destacou a importância da participação cívica dos jovens. A necessidade de um trabalho articulado entre associações foi mencionada, com a conclusão de Paulino enfatizando a importância da consciência cidadã e da coragem na busca por mudanças sociais.