Embora alguns profissionais do mercado, sobretudo produtores, saibam de que se trata (mas ninguém o diz abertamente), o corsário «Jm» parece não ser já conhecido pela Policia Económica, pelo que não consta no seu «álbum» de figuras suspeitas. Foi o que deu a entender Joaquim Sulissa, chefe de secção dos direitos do autor do departamento dos direitos de propriedade intelectual da Direcção Nacional de Inspecção e Investigação de Actividades Económicas.
Perguntado pelo Semanário Angolense se sabia da existência de «Jm» na praça musical, o representante da Polícia Económica, não tinha nenhum traço de informação sobre o pirata. «’Jm’, se não for produtora, creio eu tratar-se duma reprodutora», aventou, «’Jm’ pode ser diminutivo, pode ser sigla, Primeiro tínhamos que saber o que é isso de ‘Jm’», alegou.
Depois, já ciente de que se referia a um pirata em voga no mercado, Joaquim Sulissa mostrou não haver algum registo de denúncias sobre cópias de CD’s ilegalmente comercializadas com o selo «Jm Music», do falso produtor.
Relativamente às denúncias que produtores musicais alegam ter apresentado à Polícia Económica, com as provas correspondentes, quanto à reprodução e venda, sem autorização, de discos editados por eles, Joaquim Sulissa disse não ter conhecimento dessa situação, pelo que sugeriu que os denunciantes voltassem a contactar o seu departamento.
«Estamos aqui para dar resposta automaticamente a todas queixas que nos são remetidas», afirmou o entrevistado, que salientou, inclusive, não ser preciso se identificar para apresentar uma queixa, bastando para isso indicar apenas o local da ocorrência. A denúncia pode ser feita até por telefone e «nós vamos lá», garantiu.
No que diz respeito à origem dos produtos falsificados, o oficial disse que «esse material» deve ser importado. «Duvido que tenhamos condições para se reproduzir esse material aqui», frisou.
«A porta de entrada são as fronteiras. Muitas vezes esse material vem dissimulado. Independente das Alfândegas terem as suas técnicas de detecção de material contrafeito, às vezes escapa e o produto entra», anotou Joaquim Sulissa.
O representante da Policia Económica fez alusão ao trabalho levado a cabo pelas autoridades aduaneiras, com o alinhamento da sua instituição, no contexto do combate à pirataria, não só de CD’s, mas também de outros produtos, como DVD’s. «Nós e as Alfândegas temos um ‘casamento’ cerrado. Todas as actividades que as alfandegas procedem dão-nos a conhecer», informou.