• Skip to primary navigation
  • Skip to main content
  • Skip to primary sidebar
DW Angola

DW Angola

Development Workshop Angola

  • Home
  • About DW
  • Programs
  • Partners
  • Publications
  • Community Media
  • Forums
  • Events
  • Contact
  • Concurso
  • Show Search
Hide Search

Bispo do dundo preocupado com pobreza no leste de Angola

O bispo da diocese do Dundo e delegado apos­tólico de Saurimo, Dom José Manuel Imbamba, mostrou-se preocupado com o crescente nível de pobreza que assola as populações da região Leste do país, Lundas Norte, Sul e Moxico, que têm como base de sustento a extracção artesanal de diamantes e a prática de agricultura de subsistência. O facto foi revelado durante uma audiência que concedeu ao líder da UNITA, Isaías Sa­makuva, que esteve em visita de traba­lho nessa região.

Dom Manuel Imbamba disse que a situação agudizou -se ainda mais com o fim da exploração ilegal dos diaman­tes’ decretado pelo Executivo, que era considerada como a única fonte de re­ceita da maior parte da população. O prelado sublinhou que a indigência é visível no seio desta gente que precisa de emprego, água, luz e habitação con­digna, embora exista um esforço das autoridades competentes para reverter o actual quadro, que caracterizou de “sombrio”.

Segundo o bispo, há informações de actos de violência nas zonas de ex­tracção de diamantes, perpetrados por efectivos das empresas de segurança contra cidadãos indefesos que insis­tem em procurar diamantes nas minas proibidas, para sobreviver, havendo mesmo situações que terminam em mortes. Esses casos, segundo D. Ma­nuel Imbamba, ocorrem com maior frequência no município do Cuango, onde está localizada a maior bacia hi­drográfica no rio com o mesmo nome.

O Bispo explicou que o facto de o diamante ser o único recurso das pes­soas para obterem dinheiro, no Leste, sobretudo nas Lundas, mesmo com as denúncias de mortes de pessoas assas­sinadas e outras afogadas ao rio quando são surpreendidas supostamente por efectivos das empresas de segurança, que protegem as minas, elas não param de o fazer, e alegam ser a única forma de contrapor à fome, à miséria.

Reconheceu que a situação está a tomar contornos imprevisíveis e a so­lução passa necessariamente por po­líticas eficazes e abrangentes para as populações que clamam por soluções urgentes. Uma dest3$ políticas, segun­do o dirigente católico, é o incentivo dos cidadãos, maioritariamente camponeses a optarem pela prática da agricultura de subsistência para a auto-suficiência alimentar, tendo em conta a existência de solo arável nas Lundas e com realce no Moxico. “Este pode ser um dos passos para se diminuir a pobreza no seio das populações”, afir­mou o bispo.

Prudente nas suas declarações, durante encontro com Isaías Samaku­va, Dom Imbamba reforçou que se esta política for levada em consideração por quem de direito, em toda a região do Leste a miséria e a pobreza poderão reduzir -se significativamente nos pró­ximos tempos. ” Caso se efective esta ideia, as pessoas deixarão de depender exclusivamente da extracção e venda de diamantes para a sua sobrevivência”uma prática que remonta há anos, ou seja, desde a exploração destas “pedras brilhantes”, ainda na era colonial”.

Universidade vai mudar O quadro

O bispo do Dundo acredita que com a implantação de pólos universitários nas províncias da Lunda Sul, Lun­da Norte e Moxico, a actual situação poderá mudar num futuro próximo, com o lançamento de novos quadros que sairão destas universidades, que, na sua óptica, poderão ajudar a desen­volver as suas respectivas regiões, que clamam pela falta de tudo para re­solver as prementes necessidades que afligem as suas populações. ” A im­plantação das Universidades nas pro­víncias poderá ajudar a mudar muita coisa, e esperemos que isso aconteça o mais breve possível”, afirmou Dom Imbamba.

Segundo o prelado, “uma socieda­de só muda se tiver homens forma­dos em várias áreas do saber, dando respostas às várias necessidades ou preocupações que se lhes apresenta­rem pela frente, e por isso mesmo, os formados que sairão destas universi­dades ajudarão a desenvolver a região que por esta altura precisa de muita coisa para o bem das suas populações, e também do país em geral”, referiu.

 Durante o encontro com a comi­tiva da UNITA, chefiada pelo seu líder, o sacerdote sublinhou ainda que a situação socio-económica do Leste agrava-se ainda mais devido ao flu­xo migratório de estrangeiros, alguns dos quais vivendo em situação ilegal, apesar do esforço incansável das au­toridades para contornar essa situa­ção que tem sido uma preocupação constante.

Alguns destes estrangeiros, afir­mou o prelado, fazem-se passar por pastores de seitas religiosas espalha­das nestas províncias, e têm estado a pregar uma doutrina alheia à matriz cristã. Os locais de culto, segundo o bispo, servem de esconderijos para muitos destes pastores e seus crentes, cuja maioria vive em condição supostamente ilegal. Referiu também que com base na existência de tais seitas, o número de igrejas aumentou signi­ficativamente, atingindo as centenas.

As aludidas seitas, dirigidas maioritariamente por congoleses-demo­cráticos, estão espalhadas em áreas de garimpo. Para além dos congoleses, estão também emigrantes oeste-afri­canos, detentores de vários negócios na região, e que ergueram várias mesquitas (templos muçulmanos), um pouco por toda a Lunda, onde, para além de adorar Aláh (Deus), ensinam também o Alcorão, o livro sagrado do Islão.

Feitiçaria preocupa clero

As acusações de práticas de feitiça­rias contra as pessoas subiram de tom nos últimos tempos, segundo o bispo Manuel Imbamba, que explicou que o problema está a generalizar-se em toda a extensão territorial das Lundas e do Moxico. Sem revelar a faixa etária mais vulnerável destas acusações que considera de gravíssimas, o bispo da diocese do Dundo disse que o assunto inspira sérios cuidados e é necessário a conjugação de esforços para se acabar com esta situação que se pode consti­tuir num fenómeno endémico.

Para melhor ilustrar a gravidade do problema, o prelado relatou um epi­sódio “triste e chocante” ocorrido no município do Lucapa (Lunda – Norte) no ano passado, em que foram en­terradas duas pessoas vivas, acusadas de “terem enfeitiçado uma criança de 14 anos.

“Uma sociedade só muda se tiver homens formados em várias áreas do saber, dando respostas às várias necessidades ou preo­cupações que se lhes apresentarem pela fr­ente, e por isso mesmo, os formados que sairão destas universidades ajudarão a desenvolver a região que por esta altura precisa de muita coisa para o bem das suas populações, e também do país em geral” tema idade”.

Os dois homens foram sepultados na mesma campa que a suposta vítima de feitiço, aconteci­mento que provocou um profundo sentimento de mal-estar na localida­de. ” Este caso chocou toda a socie­dade, não só da Lunda, mas de toda Angola, quando o assunto se tornou do conhecimento geral”, recordou o bispo.

Na óptica de D. 1mbamba, para se acabar com esta situação, é preciso que se tomem medidas prof11ácticas que passam pelo esclarecimento das populações para que não acredite na fantasia do feitiço e evite as acusações gratuitas de práticas de feitiçaria e ou­tras. ” É preciso explicar às pessoas que devem abster-se desta prática no seio das nossas comunidades”, sublinhou.

Quanto à questão da evangeliza­ção dos povos, o bispo disse que a sua diocese precisa de mais sacerdotes para levar a mensagem de Deus até às áreas mais escondidas, porque os poucos disponíveis são insuficientes para a cobertura total que se pretende. ” A diocese é nova e precisa de mais missionários para darmos respostas às preocupações das nossas comuni­dades”, defendeu. Refira-se que Dom José Manuel Imbamba é o primeiro Bispo da Diocese do Dundo, criada em 2008.

Primary Sidebar

Resources

  • Angolan Media Scan
  • Online Library
  • Land Library
  • Community-Led Total Sanitation
  • Community Water – MoGeCA
  • KixiCrédito
  • HabiTec
  • LUPP
  • Urban Forum on AngoNet
  • AngoNet Webmail
  • Audio Archive
  • Africa-China Urban Initiative

Follow us on...

Sign up for E-Alerts

© 2025 Development Workshop Angola | Log in Built by PeaceWorks