Os vendedores do mercado da Chicala e Ponto Final estão insatisfeitos com a administração municipal da Ingombota, porque não foram avisados que este espaço comercial iria fechar.
Os comerciantes manifestam-se em desacordo com a atitude da administração municipal e recusam as alegações para o encerramento.
“Como é que hoje dizem que há gente que não pagava e que isto era o centro da prostituição?” indagam os vendedores. “Isto não está certo. As pessoas namoram em qualquer lugar e aqui não seria diferente”, insistem, acrescentando que o espaço mantinha-se limpo ao contrário do que foi noticiado .Nós limpávamos todos os dias. As informações que passaram na televisão, de que vendíamos no lixo, também não correspondem à verdade. Não está certo”.
Os vendedores, como garantem, pagavam semanalmente 120 kwanzas para venderem no mercado da Chicala. “É muito dinheiro. O total do que nós pagávamos todas as semanas por mês dava 4800 kwanzas por ano. A administradora não pode dizer que nunca viu o dinheiro. Temos facturas que provam o que estou a dizer. Se ela nunca viu o dinheiro então ia para o bolso de quem? A administradora sabe, só não diz porque tem vergonha”, afirma uma vendedora. Madalena Afonso diz que a posição da administradora não é justa porque não tiveram um aviso prévio. “Pelo menos que avisassem com um mês de antecedência, assim nós já não comprávamos as coisas.
Agora o que vamos fazer com o que comprámos?”, interroga a mulher, acusando os governantes de não pensarem nas pessoas. “São várias as pessoas que neste momento estão de novo no desemprego”.
Na zona da Chicala havia 115 barracas, num mercado que existe há mais de três anos.
As cobranças pela ocupação do espaço era, segundo os comerciantes, feita por quatro pessoas, uma da administração comunal, uma do comité do MPLA, conhecida apenas como tio Afonso, uma vendedora conhecida por Arlete e o man Peló. “Eles apareciam todos os finais de semana para cobrar o dinheiro. Se a gente não pagava levavam todas as cadeiras. Agora vão dizer que nunca receberam dinheiro, acho que estão a ficar todos malucos”, lamentam. As vendedoras pedem ao governador de Luanda, José Maria, para resolver a situação e pedir contas à administradora municipal para dar informações sobre o dinheiro que recebiam todas as semanas. “O que as pessoas agora querem saber é para onde é que ia o dinheiro, e o governador tem como saber. Nós conhecemos as pessoas que faziam as cobranças e podemos mostrá-las”.