Os PROPRIETÁRIOS dos restaurantes no espaço que vai do Farol Velho (ex_escola de Hotelaria) ao Ponto Final, e que estão delimitados pela avenida Murtala Mohamed e a Baía de Luanda, têm de fechar os estabelecimentos até terça-feira, dia 25. O ultimato não agradou aos proprietários que exigem indemnizações por parte do Governo da Província de Luanda.
O despacho nº 001/2011 do GPL, a que o Novo Jornal teve acesso, diz que os utentes deverão retirar todos os pertences até ao dia 25 de Janeiro de 2011.
O mesmo documento diz ainda que, a partir daquela data, a área será vedada ao público e a todo tipo de utilização que não esteja integrado no plano de requalificação e revitalização da zona. Diz também que as reclamações só serão resolvidas a posteriori, a partir do dia 10 de Fevereiro de 2011. Os proprietários não acreditam na história e querem respostas já.
O coordenador da comissão da explanada do Ponto Final, Justo António Capitão, disse ao Novo Jornal que foram surpreendidos com a informação que os restaurantes também tinham de sair da Ilha de Luanda. “Não estamos a entender o que se está a passar. Primeiro recebemos um documento da administração comunal a informar que tínhamos oito dias para deixar o local, porque a zona seria requalificada. Depois de um encontro com o administrador comunal, Cyrus Cordeiro da Marta, fomos informados que o documento foi anulado por ordens superiores e que poderíamos ficar sossegados”, afirma.
Segundo a fonte, no ano passado, tiveram um encontro com a ex-governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santo, onde a governante garantiu que as aéreas a requalificar seriam a partir da administração até à casa dos desportistas. No Ponto Final apenas seria retirado o restaurante que está junto ao Farol. “Nós ficámos calmos. Como é que agora estão a dizer que temos de abandonar a zona. Nós temos várias pessoas que trabalham aqui, o que será destas faml1ias?” questionou a fonte. Segundo os proprietários, os responsáveis do GPL não dizem o que é que vão fazer no espaço, nem dizem se vão indemnizar as pessoas. “Nós queremos saber o que é que vão fazer aqui e exigimos que nos indemnizem, porque temos documentos das Finanças, que comprovam que nós pagávamos, e alguém tem de se responsabilizar por isso”, insistiu.
O Novo Jornal apurou que os restaurantes do Tamariz e Miami Beach não vão ser retirados do local.
Suzana Augusto de Melo, administradora municipal, disse à imprensa que esta decisão foi tomada no final da reunião de uma equipa multi-sectorial, liderada pelo governador provincial, José Maria Ferraz dos Santos, e a administração municipal. O objectivo é acabar com a anarquia que se verifica na Ilha do Cabo ..
De acordo com a responsável, ficou igualmente decidido acabar-se com os mercados informais, incluindo as barracas de comes e bebes localizadas no ponto final na Chicala I. Referiu que esta medida visa disciplinar a construção de infra-estruturas hoteleiras, a retirada das cabanas de pescadores, de espaços vedados, das roulotes, das carcaças de viaturas e de barcos, ao longo da orla marítima da Ilha de Luanda.”As praias são espaços de lazer para o público e não podem ser vedados de forma deliberada”, sublinhou.
A Ilha do Cabo ou Ilha de Luanda é uma estreita língua de terra com sete quilómetros de comprimento que, separando-a do Oceano Atlântico, cria a Baía de Luanda. É um local de divertimento e de prazer para os habitantes da cidade, no qual se encontram bares, restaurantes, discotecas, hotéis, mercados de rua e praias.