Contactada a administração comunal, o administrador Esteves Machado confirmou a informação dos moradores, mas disse que o assunto está a ser estudado “porque a situação já transcende o domínio da administração comunal e municipal. sendo da competência do Governo da Província de Luanda – GPL”.
“São as casas de famílias que fizeram puxadas e construíram dentro dos quintais que pretendemos demolir e o governo tem a responsabilidade de arranjar residências para acomodar esta população”, informou o administrador, admitindo que as habitações serão mesmo deitadas abaixo para dar lugar à construção da estrada. Esteves Machado, que disse não haver ainda um horizonte temporal para o início das demolições, garantiu, por outro lado, que o processo será realizado de forma transparente, tão logo haja um pronunciamento das instâncias superiores, no caso o Governo da Província de Luanda.
“Nós apenas temos orientado os serviços de fiscalização a proceder ao levantamento das residências que se encontram na linha traçada.
Ainda não se tomou nenhuma decisão. Pretendemos regressar ao contacto com a população para informar sobre o procedimento a ser dado às pessoas que construíram os anexos dentro das puxadas
do quintal”, esclareceu o interlocutor, negando ‘categoricamente as acusações dos moradores.
“Não é verdade que eles não foram informados. Eu, na qualidade de administrador, na companhia dos membros da fiscalização e do empreiteiro chinês, já me desloquei lá várias vezes. É normal que a população se sinta apreensiva em situações do género, mas devo assegurar que só iniciaremos as obras tão logo haja condições para o desalojamento e alojamento da população”, asseverou.
O administrador, que não precisou com exactidão o número de residências a demolir, admitiu serem mais de 20 casas.
O interlocutor apelou à calma aos moradores e reafirmou ser missão do governo proteger os seus governados. “O governo não faria isto sem informar as populações e sem criar as condições para desalojar e alojar com comodidade “, sentenciou. Quanto à pretensão dos moradores da rua do 8ucuzau, em ver a reposição da estada obedecendo ao figurino anterior, aquele governante respondeu que “os quintais da parte exterior foram feitos por meio de puxadas”. O governante lembrou aos residentes que o governo “é soberano e se entender fazer um bem público, poderá fazê-lo sem problemas nenhuns”. E garantiu ter
havido cadastramento das residências abrangi das” . Facto desmentido pela população.
A administração pretende com esta empreitada alargar a sete metros a rua do 8uco-Zau, para permitir a passagem da estrada que vai ligar à avenida da Macambira, junto à cidadela desportiva.