O governador provincial Armando da Cruz Neto prepara-se para nomear brevemente as novas direcções, acabando assim com a comissão provisória de gestão.
O inquérito instaurado às empresas de águas e saneamento de Benguela e Lobito ordenado pelo governo provincial o ano passado terá precipitado, segundo fontes do AGORA a necessidade de se separar a gestão e a nomeação das respectivas novas direcções para o seu normal funcionamento.
As duas empresas contarão com novos responsáveis, sendo dado como certo o afastamento do actual coordenador provisório AIberto Jaime e do seu financeiro Zacarias Maciala.
A não ascensão destes dois elementos estará relacionada com as últimas revelações segundo as quais os mesmos estarão envolvidos em processos crimes de desvios de fundos entre 1990 e 2000, que corre os seus trâmites no tribunal do Lobito. Além disso, terão se revelado maus gestores durante os cerca de quatro meses em que estão à frente da comissão e gestão.
Contra Alberto Jaime pesa ainda o facto de ter efectuado uma remodelação dos quadros intermédios da empresa fora dos preceitos legais. Trata-se de um acto apontado pelos trabalhadores como forma de criar uma equipa fiel e que respeitasse o sigilo sobretudo quanto aos canais por onde passam os dinheiros.
Apercebendo-se da sua eventual exoneração enveredou por exercícios aparentemente mais saudáveis de gestão, incluindo mesmo mudanças no relacionamento com os subordinados.
Contudo, a nomeação recente do assessor para a área financeira e comercial, Humberto Lourenço (Kadaffi) que neste momento executa as competências do seu responsável Zacarias Maciala, está a ser encarada como primeiro passo do seu plano, tendo já como primeiro sinal a aquisição de uma viatura de luxo orçada em mais de 100 mil dólares, restando saber se por esta altura a mesma está em nome da empresa ou em seu nome pessoal.
Os nomes das figuras que vão dirigir as novas direcções das empresas de águas do Lobito e de Benguela estão ainda em segredo.Comenta-se apenas a existência de um rastreio junto dos quadros superiores com competência e militância reconhecidas para se encontrar os ideais já que o executivo de Armando da Cruz Neto entende que a gestão técnica deverá ser confiada a especialistas.
Os resultados da comissão de inquérito já na posse do governo provincial desde o fim do ano transacto será submetido a uma apreciação técnica junto da direcção nacional de inspecção do Ministério das Finanças, um passo e gesto que não colheu simpatias no seio de alguns sectores locais.
De acordo ainda com as mesmas fontes, os referidos sectores temem que a sua apreciação ao mais alto nível seja passível a identificação de irregularidades ou não na condução da sua instrução que possam alterar a sua base inicial por motivos considerados como “possíveis” quando se trata de dinheiro.
O regresso dos membros da anterior comissão de gestão liderada por Francisco Paulo, suspensa em Setembro último ao novo formato orgânico das empresas. está a ser aventada em alguns círculos locais, mas uma fonte assegurou que está fora de hipótese independentemente dos resultados da comissão de inquérito.