O Governador da província do Zaire, Pedro Sebastião, considera que o novo modelo de gestão das administrações municipais vai exigir maior transparência e rigor na utilização do dinheiro público para minimizar as dificuldades das populações e obter mais recursos para o combate à pobreza.
Pedro Sebastião falava ao Jornal de Angola sobre a situação do Combate à Pobreza na província do Zaire, tendo em conta o novo modelo de gestão descentralizada das administrações municipais: “com esta nova medida há necessidade de fazer um acréscimo no orçamento dos municípios e isso vai exigir maior transparência na utilização dos dinheiros públicos. Os fundos bem geridos podem minimizar as dificuldades”, disse o governador do Zaire.
Pedro Sebastião admite que o novo modelo de gestão das administrações municipais vai beneficiar as populações de todo o país, mas principalmente as que vivem no meio rural, onde o desenvolvimento precisa de ser acelerado. “Os aspectos burocráticos complicavam a vida das administrações municipais, por isso, aplaudimos esta atitude do Executivo”, disse Pedro Sebastião.
O governador do Zaire definiu como prioridade dos administradores da província a criação de programas para solucionar de imediato os problemas da pobreza: “é preciso resolver as questões ligadas à saúde, água, energia eléctrica, educação e vias de acesso. São áreas em que os municípios sentem dificuldades, mas estou convencido que os administradores vão melhorar o seu desempenho”, afirmou Pedro Sebastião.
Actividade industrial
Pedro Sebastião reafirmou que até ao momento a actividade petrolífera continua a dominar o ramo industrial da província, pelo facto do Zaire não possuir ainda uma barragem hidroeléctrica.
“A província do Zaire não possui nenhuma barragem hidroeléctrica, vivemos de geradores, facto que toma a produção industrial muito cara, porque não é possível haver industrialização sem energia eléctrica, mas estamos empenhados em solucionar esta situação”, disse o governador.
A produção agrícola enfrenta várias dificuldades, sobretudo o escoamento dos produtos: “existe um grande esforço por parte dos agricultores, mas eles têm-se deparado com problemas de transporte para o escoamento dos produtos, devido ao estado precário das estradas, uma situação que pode desincentivar a produção”.
Existem zonas na província em que a grande parte da produção agrícola é escoada para a fronteira com a República Democrática do Congo, onde os produtos são vendidos por preços muito baixos.
Os camponeses do Zaire preferem colocar os produtos no mercado congolês para não se estragarem. “Por isso, a nossa aposta é efectivamente a melhoria das estradas, porque com a rede viária reabilitada vamos ter um fluxo maior de viaturas e é possível fazer chegar aos grandes mercados de Luanda aquilo que produzimos.
Vias rodoviárias
Na província do Zaire ainda existe um grande défice de circulação entre os municípios, “mas é preciso ter em conta que as acções do Governo Provincial não podem chegar a todos os recantos com a mesma intensidade e ao mesmo tempo, mas existe um grande esforço para pôr as estradas a funcionar o mais rápido possível. Neste momento temos aberta a estrada de Mbanza Congo ao Nzeto, que passa também pelo município de Tomboco. No trajecto estão a ser construídas três pontes”. Disse Pedro Sebastião.
O troço com mais problemas é entre o município do Nzeto e Caxito e a estrada para o Soyo, onde as obras estiveram muito tempo paralisadas, mas já foram retomadas. O acto provincial do 4 de Fevereiro é realizado no município do Soyo: “sabemos que o Presidente da República está preocupado com a província do Zaire e toda a zona norte do país, tudo por causa dos investimentos insuficientes que este território foi recebendo ao longo dos últimos anos, devido à situação de guerra que o país viveu.