Mais de cinco milhões de angolanos viviam, no biénio 2008/2009, com menos de um dólar por dia, revela um inquérito sobre o bem-estar da população, divulgado, na quarta-feira, em Luanda, pela ministra do Planeamento.
Ana Dias Lourenço disse que o indicador de rendimento diário era “inferior a um dólar para cerca de 34 por cento da população”, o que significa que 5,4 milhões de angolanos se encontravam naquela situação.
A ministra sublinhou que “diante da gravidade desta situação” aquelas pessoas “não podem esperar por soluções a longo prazo”.
“Precisam que sejamos capazes de proporcionar-lhes, pelo menos, uma refeição adequada por dia e o acesso fácil à água potável”, referiu.
Ana Dias Lourenço defendeu que o programa de combate à pobreza deve mobilizar estratégias de promoção de rendimento directo, “com o aumento de salários mínimos na proporção do aumento da produtividade económica, formação profissional para a prestação de pequenos serviços de baixa especialização nas áreas da agricultura, promoção do emprego e de oportunidades de ocupação em obras públicas e acesso ao micro crédito, além da perfuração de poços e de praticas de tratamento de água de fácil aplicação, a nível da unidade familiar”.
O Programa Municipal Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza, lembrou, integra seis grandes eixos de intervenção: “acesso à alimentação e a oportunidades do meio rural, empreendedorismo e crédito rural, saúde básica e preventiva, alfabetização, acesso a serviços públicos essenciais e solidariedade e mobilização social”.
Os eixos do programa, referiu, são integrados em subprogramas, com objectivos gerais específicos, com indicadores e metas, que contribuam para o objectivo geral do programa como um todo.
“O êxito da execução dos programas vai depender de todos nós”, alertou a ministra Ana Lourenço.
Os grandes problemas
A ministra referiu que para se entender melhor o Programa Integrado de Desenvolvimento Rural e A Combate à Pobreza é preciso solucionar os três grandes problemas v nacionais que afectam as populações nas áreas rurais.
E indicou a má nutrição, a pobreza e a baixa produção e produtividade agrícola, factores que se relacionam e auto fortalecem, comprometendo o desenvolvimento humano e a qualidade de vida da população. A ministra declarou que o governo tem realizado, desde á 15 anos, acções de combate á pobreza, através do programa de reabilitação comunitária e de reconciliação nacional que, “desde o inicio executou projectos que tiveram como resultado a mitigação de certos constrangimentos sociais das populações deslocadas, as que mais atreitas se encontravam face aos descalabros da guerra”. Disse ainda que o executivo não podia ficar indiferente ao sofrimento dos cidadãos”.