Dados disponibilizados pela Agência Nacional para o Investimento Privado (Anip), apontam que no primeiro semestre de 2009, foram aprovados projectos de construção civil no valor de 183 milhões de dólares, correspondendo, na altura a 9% do crédito bancário concedido a privados.
Os desequilíbrios continuam, fundamentalmente, em relação à oferta e procura, num sector onde os preços são de arrepiar os cabelos, mas aproveitados por estrangeiros movidos por interesses lucrativos e a classe média cada vez mais exigentes.
O intenso fluxo migratório também é citado como sendo fundamental para o crescimento do negócio.
Estes factores estarão na base dos actuais níveis de especulação se repararmos que os valores médios de um apartamento de qualidade em Luanda rondarão os 4.150 por metro quadrado e os de uma vivenda cerca de 5.500 por metro quadrado, o que pode indicar que o montante real atinge os 5 milhões de dólares, sobretudo na zona luxuosa de Talatona, onde a Odebrecht comanda os negócios e as obras.
Os investimentos não se reduzem apenas na oferta de residências. O segmento de escritórios também se destaca. Aliás devido à falta de espaços, sobretudo para empresas que se instalam no país, o mercado conheceu nos últimos três anos o aumento do “interesse da criação de escritórios. Anip refere que a taxa de desocupação é bastante reduzida ou inexistente neste segmento.
Todo o espaço disponível está absorvido e estima-se que sejam necessários cerca de 1 milhão de metros quadrados para novos gabinetes.
A aquisição de um escritório novo na baixa da capital pode atingir 11.500 dólares o metro quadrado e o arrendamento 165, enquanto os usados, os valores de aquisição ficam pelos 6 mil dólares o metro quadrado e os de arrendamento pelos 100 dólares. Neste negócio convirá a muitas empresas estrangeiras o preço acima da média praticado no mercado e para já vale lembrar que o PR prometeu baixar o preço das casas praticado, com a criação de projectos de baixo custo.
Mas é a classe média emergente que estará a criar novas necessidades num segmento de negócio que já é o quarto explorado, depois dos petróleos, diamantes e agricultura.
O programa do Executivo de construção de 1 milhão de fogos habitacionais, com benefícios aduaneiros relativamente à importação de matérias-primas e equipamentos, caminha a passos tímidos.
O processo de reconstrução do país não pode prescindir da vasta experiência e reconhecida qualidade das empresas estrangeiras.
Os grandes empreendedores do sector imobiliário terão de reposicionar as estratégias para encontrar respostas para as novas necessidades e porque o segmento construção cara esgotará em breve.
Com o lançamento do programa do Executivo, ainda é possível dizer-se que o mercado é muito interessante, mas a euforia viveu em função do preço petróleo antes da crise, não v basta reparar que na sua programação financeira para este ano, cortaram as despesas e os alimentos públicos suportados venda dos Bilhetes do Tesouro.
O arquitecto António Gameiro assegurou que o ritmo de crescimento alucinante do mercado imobiliário não voltará, embora o sector continue interessante haver muito espaço e oportunidades de negócio ainda por explorar.
Grande parte dos empreendimentos construídos em Luanda são ainda para alta renda e, se estes imóveis e empreendimentos continuarão a ter o seu espaço agora falta começar a descer e encontrar o equilíbrio necessário.
Os mais importantes e atraentes empreendimentos imobiliários normalmente edifícios de vários pisos, são colocados à venda por preços que ultrapassam 1 milhão de dólares, havendo casos de milhões por apartamento. Isto a que as rendas de apartamentos do tipo T2 possam atingir por dia 4 a 6 mil dólares, ocorrendo mesmo com os escritórios.