O sector imobiliário e de construção civil em Angola é o que mais cresce em todos os domínios em Angola, segundo o especialista Clêber Correia.
O também director-geral da Proimóveis (promoção e gestão de imóveis), disse que as empresas ligadas ao ramo têm desenvolvido diferentes projectos habitacionais com elevados padrões de qualidade, utilizando níveis aceitáveis de instrumentos tecnológicos.
A Associação dos Profissionais Imobiliários de Angola (APIMA), como órgão que controla e monitoriza a actividade de construção civil no país, tem envidado esforços para que no sector da indústria imobiliária prevaleça a competitividade, aliada ao desenvolvimento sustentável, bem como apresente soluções que vão de encontro às necessidades do mercado.
Clêber Correia salientou que as empresas de construção civil e o mercado angolano já começam a se estabilizar, ficando para trás o período em que a especulação dos preços para a aquisição de uma habitação condigna era uma prática constante.
“O mercado imobiliário em Angola já não é especulativo. Os preços cairão de 40 porcento para 50.
Agora, estamos numa economia de mercado, quer dizer que vende aquele que tiver mais qualidade nos seus imóveis”, frisou.
Segundo o responsável, as firmas têm desenvolvido projectos financeiramente fiáveis que facilitam a sua aquisição por qualquer pessoa, dependendo da sua condição financeira.
“Como associação, temos procurado orientar as empresas promotoras imobiliárias para construírem casas de qualidade”, afirmou. O especialista em mercado imobiliário disse que os avultados investimentos que as empresas do sector. têm vindo a aplicar constituem um importante instrumento para a diversificação da economia angolana, e, desta forma, contribuem para o combate ao desemprego, uma vez que o ramo é o que mais tem disponibilizado emprego, principalmente para a camada jovem.
Como exemplo, destacou a construtora imobiliária Genea Angola, que, na sua opinião, tem desenvolvido projectos competitivos de grande dimensão, bem como tem garantido um atendimento personalizado aos seus clientes, dando-lhes, logo à partida, a documentação do imóvel adquirido.
“As pessoas em Angola dão muito pouco valor a documentação da casa. Elas querem primeiro o imóvel, deois o documento, o que não e aconselhável”, atesta Clêber Correira, para acrescentar que a Genea Angola, sendo uma empresa idónea no sector imobiliário, não lança um projecto sem a documentação devida.
“Nós, da APIMA, ternos aconselhado o Governo que crie uma lei específica para proteger o consumidor”, afirmou
Em relação às expectativas para 2011, o especialista sublinhou que o surgimento de várias empresas no sector, assim corno os vários mecanismos que estão a ser levados a cabo pelo Executivo para a melhoria da habitação das populações também vai contribuir para que no próximo ano os preços para a aquisição de material de construção civil baixem consideravelmente.
Com cerca de 38 associados na província de Luanda, a APlMA abriu recentemente a sua delegação na província de Benguela, onde conta com 16 associados. A principal função desta organização é de dar formação e apoiar os promotores e o Estado em políticas habitacionais.
Especulação de terrenos
Recentemente, em entrevista ao Jornal de Economia & Finanças, o director do Instituto Nacional de Habitação, Eugénio Correia, garantiu que no mercado não haverá especu1ação na venda de terrenos. O responsável disse que a situação habitacional do país não é das melhores.
“Há um défice muito grande na relação oferta e procura, também há necessidade de se melhorar substancialmente a qualidade das habitações para a nossa população”, disse. Para Eugénio Correia, a capital do país tem a maior concentração da população e o défice habitacional é maior, “já que também em termos de oferta não se vê quase nada”
“Não digo que não se faça, mas ainda é inexpressivo relativamente à procura. Assim, entrando um pouco no Programa Nacional de Urbanismo e Habitação, que prevê a construção de um milhão de casas, cada província tem a sua quota em termos de habitações”, disse. Em relação ao programa em si, da construção de um milhão de casas, o director do INH referiu que do grosso, cerca de 70 por cento é do sistema de auto construção dirigida. “Significa que compete a nós, Governo, através de parceiros privados ou cooperativas, parcerias público privadas no domínio infra-estrutural, preparar os espaços para a implantação das casas.