O vice-governador de Luanda para área de Organização Administrativa anunciou, no sábado, que o governo provincial vai actuar contra as construções anárquicas em alguns pontos na comuna da Ilha do Cabo.
Graciano Domingos, que fazia o balanço da visita de uma delegação do governo provincial chefiada pelo governador, ao município da Ingombota, lembrou que há um número elevado de construções anárquicas, especialmente na Chicala- lI.
“Na Chicala-II há uma progressão de ocupações anárquicas, que é necessário conter e restabelecer a autoridade administrativa, quer fazendo cessar as ocupações, quer elaborando programas de realojamento das populações”, disse.
O vice-governador referiu-se também à situação de cerca de 50 famílias que vivem, na floresta da Ilha do Cabo, em casebres feitos de papelão, carcaças de barcos e de chapas de zinco.
As medidas, anunciou, incluem realojamento de pessoas que vivem em zonas de risco, como a encosta da Boavista, na comuna do Patrície Lumumba, junto ao centro de reserva de gás da Sonangol.
Na zona dos bairros da Coreia e da Praia do Bispo, na comuna da Kinanga, disse, foram identificados graves problemas de saneamento básico, verificando-se a necessidade de requalificação urbana.
O vice-governador referiu ser necessária uma intervenção integrada e planeada, pois, frisou, não é possível cada município solucionar os seus problemas sem uma visão ampla, definindo níveis de intervenção do Executivo, do governo provincial e das administrações municipais e comunais.
Requalificação urbana
A administradora municipal da Ingombota defendeu a requalificação urbana dos bairros da Boavista, Chicala e Quilombo, nas comunas de Patrice Lumumba e da Ilha do Cabo.
Susana de Meio, que falava no final da mesma visita da delegação do governo provincial ao município da Ingombota, garantiu que aquelas zonas são críticas de ponto de vista habitacional. Na Boavista, afirmou, cerca de cem famílias vivem em zonas consideradas perigosas, com a iminência de desabamento quando chove, por as casas, onde vivem, estarem a escassos metros dos reservatórios de gás da Sonangol.
Quanto à Chicala 11 mencionou as calemas como o maior perigo e a falta de saneamento básico. O município da Ingombota, que ocupa mais de 50 por cento da zona urbana da cidade de Luanda, tem cerca de 600 mil habitantes.