Empresários angolanos apontaram as taxas de juro elevadas, que se praticam no mercado nacional, como um dos empecilhos para o acesso ao crédito bancário e consequentemente na realização de investimentos, mas também admitiram existir falta de organização e capacidade na classe para gerir e desenvolver negócios.
Em declarações à Angop, por ocasião de um encontro sobre “O Fomento do Empresariado Nacional”, promovido na. Terça-feira pelo MPLA, em Luanda, a maioria dos empresários considerou que é necessário realizar este tipo de fóruns para concertação entre o partido, o Executivo e os empresários nacionais.
O presidente do Conselho de Administração da promotora angolana de empreendimentos imobiliários Imogestin, Rui Cruz, disse que é preciso haver, da parte dos empresários angolanos, capacidade e organização para fazer face aos desafios, mais do que ter dinheiro ou acesso ao crédito para os negócios avançarem. Por outro lado, referiu que encontros do género permitem que a classe transmita as suas opiniões e que o partido do poder passe as suas ideias.
“E necessário que não só a direcção do partido mas também o Executivo ouçam as preocupações relativas à economia e à actividade empresarial, para que se possa dotar o programa proposto pelo partido, de forma monitorizada no Governo, a fim de se assegurar a sua aplicação efectiva e evitar erros semelhantes aos do passado”, afirmou.
Por sua vez, a presidente da Federação da Mulher Empreendedora de Angola (FMEA), Maria do Carmo, manifestou a sua satisfação pelo encontro e pela proposta apresentada pelo MPLA, que visa apoiar a classe empresarial. A líder associativa referiu que durante o encontro, decorrido à porta fechada, foram manifestadas preocupações relacionadas com a agricultura e com a necessidade de o Executivo estar mais presente no interior do território nacional.
Quanto ao acesso a crédito, disse que os participantes concordaram ser difícil e salientaram que o Governo precisa de fazer alguma coisa para melhorar o actual quadro de crédito bancário e os índices das taxas de juros. Respondendo à questão sobre se esta iniciativa vai surtir: efeitos, a responsável disseram que “há esperança de que o que foi discutido seja implementado, porque o partido não traria a debate um assunto para não ser executado. Eu e outras pessoas saímos daqui convencidas que as coisas vão ser posta em prática”.