De acordo com alguns munícipes, Luanda não se encontra em condições para receber fortes cargas pluviometricas, devido ao fraco sistema de drenagem existente, pois, na sua maioria é datado do tempo colonial e não beneficiou de trabalho de restauro, o que elevou o seu estado de degradação.
A província de Luanda registou no passado dia 06 de Janeiro um dos piores danos causados pela chuva: Foram contabilizados cerca de onze mortos e prejuízos materiais avultados.
Para o ancião Avelino Cândido, a situação de Luanda poderá ser minimizada caso sejam feitos novos estudos no sentido da abertura de algumas valas.
Eu lembro-me que no tempo colonial, principalmente nas zonas periféricas de Luanda, eram abertas algumas valas e cacimbas a fim de receberem as águas da chuva, o que diminuía as enchentes nas vias públicas e nas residências”.
Nos últimos tempos, os municípios do Cazenga, de Viana, de Cacuaco, do Sambizanga, da Maianga e do Kilamba-kiaxi, são os mais ilibados pelas quedas pluviometricas, dado que a chuva destrói árvores e residências, bem como deixa danificadas algumas obras que são levadas a cabo pelas empreiteiras.
Por sua vez, o morador do município do Rangel Jacinto Manuel afirmou ao Factual que “é importante que as coisas não sejam escondidas. A situação das inundações, principalmente nos municípios do Cazenga e do Rangel tem muito a ver com o encerramento das valas e cacimbas onde escorriam as águas pluviais. Face a este quadro as águas da chuva aglomeram-se ao longo das vias e das residências”.
No périplo efectuado pelo Factual nos municípios do Rangel, do Kilamba-kiaxi, e do Cazenga foi possível visualizar o péssimo estado em que se encontram as vias, o que está a dificultar a, circulação automóvel e de peões.
Natália do Amaral, moradora no município Kilamba kiaxi, falou ao semanário que “é muito impressionante a situação que se está a viver em Luanda, pois, eu tenho acompanhado pela televisão e pessoalmente que algumas obras que tem sido feitas na nossa província são a causa, por não serem concluídas a tempo, impedindo o escoamento das aguas da chuva”.
A moradora afirmou que a construção de vias sem um prévio estudo para a colocação do sistema de esgotos tem contribuído bastante para as constantes inundações que acontecem em Luanda.
No do Cazenga a situação é constrangedora, sobretudo no que toca à sétima avenida levada a cabo pela empreiteira Soares da Costa foram interrompidas, o que causou um caos, pois, a circulação de automóveis e peões foi igualmente interrompida.
Para além do acumulo de lixo e de água ao longo da sétima avenida, a paralisação das obras no local está também a causar vários transtornos. Devido à interrupção dos trabalhos, várias residências se encontram submersas, porque a cacimba que recebia as águas da chuva foi eliminada.
Xavier Dias, morador da sétima avenida falou que “a chuva tem dado lições importantes, principalmente às empreiteiras e aos administradores municipais, visto que quase nada têm feito para a minimização dos problemas causados pela chuva. Acho que a solução devia ser a responsabilização das empreiteiras pelos danos causado, porque já é muito o sofrimento.
“As administrações municipais devem começar a agir de forma a não admitirem empreiteiros fantoches. Aqui, na sétima avenida, me lembro que nos anos noventa as casas não ficavam inundadas porque toda a água escorria para a cacimba, mas com a implementação desta requalificação que só tem trazido muita dor de cabeça às pessoas, nós estamos sujeitos a abandonar as nossas residências sempre que chega o tempo chuvoso”, afirmou o morador, com ar constrangido.