Os indicadores no país permanecem abaixo do nível recomendado pelas Nações Unidades. Apesar do optimismo do Executivo que aponta melhorias na qualidade de vida do angolanos.
Os dados divulgados esta semana, em Luanda, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério do Planeamento revelam que Angola ocupa o 1470 lugar num universo de 160 países.
O custo de vida, fome, falta de saneamento básico e programas de desenvolvimento comunitário, estarão na base da deterioração do quadro actual, quando o país procura consolidar os apoios para melhorar a qualidade e aumentar a esperança de vida da população que já ronda os 47 anos idade.
O economista do PNUD Josué de Almeida revelou que entre 2000 e 2010 a esperança de vida à nascença no país aumentou quase cinco anos, enquanto que a média de anos de escolaridade e o número de anos de escolaridade esperados se manteve constante.
Ao falara da “Verdadeira Riqueza das Nações: Vias para o Desenvolvimento Humano”, referiu que o rendimento “per capita” de Angola aumentou quase 118% durante o período em referência.
Por seu turno, o ministro da Educação, Pinda Simão, reconheceu que a pirâmide educacional está concentrada em grande medida na base, enquanto no ensino secundário e superior a taxa de escolarização ainda é baixa. Esta acção influencia a média geral e todo o sistema educativo. O ensino secundário e superior não têm o mesmo desenvolvimento que o primário.
Esta realidade é um alerta para o país continuar a ter a atenção à melhoria do rendimento do sistema educativo e, sobretudo, continuar a investir para que outros níveis de ensino cresçam de forma satisfatória.
A África não tem nenhum país num nível muito elevado no Índice de Desenvolvimento Humano. Apenas três países no grupo com indicador elevado, nomeadamente, Maurícias, Tunísia e Argélia, médio 11 países e baixo, o grupo de Angola 33.
Em 2000, Uganda e Zâmbia e o nosso país, tinham valores próximos ao nível dos países da África subsaariana.
Até 2010, os três países conseguiram diferentes níveis de progresso no aumento dos seus índices de desenvolvimento humano. Angola pode, ironicamente, ser comparada à N Namíbia, um país com desenvolvimento humano médio.
A coordenadora do Sistema das Nações Unidas em Angola, Maria do Valle, garantiu que os relatórios são elaborados de forma independente, com apoio de vários institutos de pesquisa e base de dados. Na sua elaboração, têm sido apresentados os principais desafios que afectam o desenvolvimento humano, como as mudanças climáticas e a poluição do meio ambiente, migração, saúde, VIH, governação e direitos humanos.
Para atenuar a situação o Executivo e o Banco Mundial (Bm) assinaram, esta semana, um, acordo de crédito no valor de 81 milhões dólares.
A ministra do Planeamento, Ana Dias Lourenço, salientou, na ocasião, que o financiamento vai permitir implementar novos projectos sociais através do Fundo de Apoio Social (Faz) e do Programa de Desenvolvimento Local, que será um instrumento de complementaridade às acções desenvolvidas pelo Executivo.
O Estado continua a promover programas que visam a melhoria das condições das famílias, em particular os projectos municipais integrados de combate à pobreza e desenvolvimento rural que, juntamente com o Fas, poderão alargar o seu raio de acção. Já foram identificados vários projectos a nível dos municípios do país.
“Neste momento que posso o Bm continue a prestar atenção e a ser um parceiro que permite o diálogo e a solução dos vários problemas no decorrer da implementação dos projectos”, especificou a governante.
Já Eleotério Codato, representante do Bm no país, espera que o Ministério do Planeamento e os seus parceiros se empenhem mais na capacitação das administrações municipais, com vista a solucionar os problemas de acesso aos serviços básicos e na concepção dos planos de desenvolvimento.